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“DESTRALHE-SE”

8 de September 2012

“DESTRALHE-SE”

“- Bom dia, como está a alegria?” – Diz a Dª Francisca, a minha faxineira, que acaba de chegar.
“- Antes de dar uma limpeza à casa, deixe-me dar-lhe um abraço valente!” – e ela apertou-me.
Na matemática da Dª Francisca, “quatro abraços por dia dão para sobreviver; oito ajudam a manter-nos vivos; 12 fazem a vida prosperar”.
Falando nisso, – “vida nenhuma prospera se estiver pesada e intoxicada”. Já ouviu falar em toxinas da casa?

Pois são:
– objetos que você não usa;
– roupas que você não gosta ou não usa há mais de um ano;
– coisas feias;
– coisas quebradas, lascadas ou rachadas;
– velhas cartas, bilhetes;
– plantas mortas ou doentes;
– recibos/jornais/revistas, antigos;
– remédios fora de prazo;
– meias velhas, furadas;
– sapatos estragados…

Ufa, que peso! – “O que está fora está dentro e isso afeta a saúde”, aprendi com a Dª Francisca. “A saúde é o que interessa. O resto não tem pressa!”, diz ela, enquanto me ajuda a ‘destralhar’, ou a libertar-me das tralhas da casa…
O ‘destralhamento’ é a forma mais rápida de transformar a vida e ajuda as outras eventuais terapias. Com o ‘destralhamento’:
– A saúde melhora;
– A criatividade cresce;
– Os relacionamentos aprimoram-se…

É comum sentir-se cansado, deprimido, desanimado, num ambiente cheio de entulho, pois “existem fios invisíveis que nos ligam a tudo aquilo que possuímos”.
Outros possíveis efeitos do “acúmulo e da confusão”:
– sentir-se desorganizado;
– fracassado;
– limitado;
– aumento de peso;
– apegado ao passado…

No porão e no sótão, as tralhas tornam-se sobrecarga; na entrada, restringem o fluxo da vida; empilhadas no chão, puxam-nos para baixo; acima de nós, são dores de cabeça; “sob a cama, poluem o sono”. “Oito horas, para trabalhar; oito horas, para descansar; oito horas, para se cuidar.”

Perguntinhas úteis na hora de ‘destralhar-se’:
– Por que motivo estou a guardar isto?
– Será que isto tem a ver comigo hoje?
– O que vou sentir ao libertar-me disto?

… e vá fazendo pilhas separadas…
– Para doar!
– Para deitar fora!

Para ‘destralhar’ mais:
– livre-se de barulhos;
– das luzes fortes;
– das cores berrantes,
– dos odores químicos,
– dos revestimentos sintéticos…

e também…
– liberte-se de mágoas,
– pare de fumar,
– diminua o uso da carne,
– termine projetos inacabados.

“Acumular dá a sensação de permanência, apesar de a vida ser fugaz” – diz a sabedoria oriental. O ocidente resiste a essa ideia e, assim, perde contacto com o instante presente.

A Dª Francisca conta que “as frutas nascem azedas no pé e vão ficando docinhas com o tempo”. Nós deveríamos ser assim! Ela diz: “Destralhar ajuda a adocicar.”

Se os sábios concordam, quem sou eu para discordar…

“Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar!”.

Espero ter colaborado em algo, Bjf